16/05/2009

Dia Internacional dos Museus | Jenny Holzer



Hoje é o dia Internacional dos Museus.
Este dia, levou-me a recuar a 2001, a uma viagem cujo motivo não era o da descoberta e da procura, mas sim o de um grande pesar.
Num daqueles infindáveis momentos de espera, optei por visitar o capcMusée d'art contemporain de Bordeaux. Precisava de me alienar, nem que fosse por um curto espaço de tempo. E nada melhor que a visita a um Museu, onde me pudesse envolver emocionalmente com outros estímulos, outro espaço, outro tempo.
Deparou-se diante do meu olhar apagado, a monumentalidade e a luz do trabalho da Jenny Holzer.
A fluídez das suas mensagens em LED, percorriam cerimonialmente todo aquele antigo espaço de arcadas.

Jenny Holzer utiliza como veículo do seu pensamento plástico, as palavras, as frases, os textos. Horizontalmente ou verticalmente, impressas ou electrónicas, as suas frases adaptam-se a todos os espaços, públicos ou privados.
De início, não fez uso dos cenários artísticos. A sua primeira série, em 1977, chamada de Truisms, Jenny Holzer serviu-se da impressão de ditos espirituosos em letras maiúsculas sobre t-shirts e posteres que espalhava pela cidade - cabines telefónicas, parquímetros e paredes de casas.
Depositária da herança da arte conceptual e minimal, influenciada pela descoberta da "escrita feminina", libertada da ideologia patriarcal, esta artista americana desenvolve, depois dos anos 80, uma lógica artística nos confins da palavra, do corpo e do espaço.
Os textos de Jenny Holzer, são uma combinação explosiva de retóricas contraditórias. Procura dissimular a identidade e o género do autor, esta ambiguidade, a transmigração masculino/feminino, aumenta o frenesim da leitura .
Um discurso profundamente subversivo e provocador.

OH 2001

I LOOK FROM LEGS TO GENITALS THAT ARE MATURE IN COMPLEX SHADOW FOLD. I HAD NOT SEEN HOW YOU ARE MADE. YOU ARE VIVID.

INSIDE THE SHIRT YOU ARE CLOVEN.
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|Imagem retirada do catálogo Jenny Holzer OH, capcMusée d'art contemporain de Bordeaux|